Dilma diz que redes sociais têm sido palco de discriminação e preconceito


Presidente discursou nesta terça (7) durante evento no Palácio do Planalto.
Ela defendeu que haja tolerância e respeito entre os usuários da internet.

 

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (7) durante o lançamento de ações de combate à violação de direitos humanos na internet que as redes sociais têm sido usadas como “palco” para publicações de mensagens de discriminação e preconceito.Na avaliação da presidente, algumas pessoas têm usado a liberdade de expressão no ciber espaço para desrespeitar as pessoas. No discurso, ela defendeu que haja tolerância es respeito entre os usuários.

“No Brasil, as redes sociais têm sido placo de manifestações de caráter ofensivo, preconceituoso, discriminatório e de grave intolerância, escondidas no anonimato que as redes sociais permite ou o distanciamento que promovem. Algumas pessoas se sentem à vontade para expressar todo tipo de agressão e mentiras, de ferir a honra e a dignidade de outras pessoas”, disse a presidente.

“Como extensão da nossa vida real, o mundo virtual, a internet deveria também ser regida pelas mesmas regras éticas, comportamentais e de civilidade que nós queremos que ocorram na sociedade, no nosso dia a dia. No entanto, não é isso que vem ocorrendo”, completou.Em uma fala que durou pouco mais de 15 minutos, a presidente disse ainda que o “desafio” do governo e da sociedade é tornar a internet um local de “humanidade”, no qual as pessoas se sentirão respeitadas e valorizadas

A uma plateia formada por ministros, parlamentares e pessoas ligadas a órgãos e empresas ligadas à internet, Dilma afirmou também que o governo tem tarefa “urgente” de conciliar as liberdades de expressão e informação, “tão caras”, com a preservação dos direitos individuais e o combate à discriminação e ao incentivo à violência.

“Embora estejamos amparados por uma extensa e eficiente legislação, inclusive pela nossa Constituição que garante direitos individuais, nós ainda registramos condutas – tanto na vida do dia a dia, a chamada vida offline, como na vida como usuários, a vida online – que são ofensivas e que não só são ofensivas a terceiros mas são, francamente, ilegais”, declarou a presidente.

Ações
O pacote de ações lançado nesta terça prevê três “eixos” para as medidas que serão adotadas no combate à violação de direitos humanos na internet, como a pornografia infantil, discriminação, homofobia, racismo e preconceito contra a mulher.

Entre as ações, estão o lançamento de um portal por meio do qual será possível denunicar violações de direitos na web; divulgação de dicas de segurança para os usuários da rede mundial de computadores; e parcerias com empresas para fazer com que o ambiente virtual seja “livre de violações”.

Segundo o governo, 85,9 milhões de brasileiros têm acesso à internet, o que faz com que o país ocupe o terceiro lugar no ranking mundial de acesso à rede. “Se cada usuário fizer sua parte, a internet se tornará um lugar ainda melhor, e é o que queremos” diz a propaganda institucional do governo.

Estas ações constarão de portaria assinada nesta terça pelos ministros Ideli Salvatti (Direitos Humanos), José Eduardo Cardozo (Justiça), Eleonora Menicucci (Políticas para as Mulheres), Nilma Gomes (Igualdade Racial), Renato Janine Ribeiro (Educação) e Ricardo Berzoini (Comunicações).